Vale investir em ações de empresas em recuperação judicial?

Mesmo se a empresa tiver sucesso na reestruturação, todo esse processo pode demorar e o preço da ação pode levar anos até se recuperar

Atualmente, mais de 20 empresas abertas estão passando por processos de recuperação judicial. De acordo com um levantamento da Quantum Finance, as companhias que entraram em RJ nos últimos dois anos no Brasil somam dívidas de R$ 145,7 bilhões. Há ainda as empresas como as Casas Bahia, que teve seu processo de recuperação extrajudicial aprovado recentemente.

Isso traz impactos para o investidor, que precisa avaliar a situação, as oportunidades e os riscos antes de decidir pela compra ou venda das ações.

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“Primeiro, precisamos entender um processo de recuperação judicial ou extrajudicial é um meio que as empresas têm de evitar sua falência. Esse processo permite que as companhias suspendam e negociem parte de suas dívidas, evitando encerrar suas atividades”, diz Arnóbio Durães, professor da FIA Business School.

E há diferenças entre os processos de recuperação judicial e extrajudicial, explica Marcelo Godke, sócio do Godke Advogados e especialista em Direito Empresarial e Direito Societário.

“Na extrajudicial, a empresa devedora já faz um acordo com alguns dos credores, às vezes consegue estender o prazo ou reduzir juros, por exemplo, e depois leva o acordo assinado para o juiz homologar”, diz.

Se o pedido não for aceito ou se a empresa vier a ter mais problemas posteriormente, ainda há a possibilidade de entrar com o pedido de recuperação judicial.

Na recuperação judicial, a companhia inicia o processo na Justiça antes de fazer o acordo com os credores. “Ela vai apresentar um plano de recuperação a ser deliberado pelos credores em assembleia, e você entra em uma zona de incerteza maior”, diz.

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Vale a pena investir em empresas em recuperação judicial?

“Investir em ações de empresas que estão em recuperação é uma oportunidade, porque os preços desses ativos normalmente são muito baixos, com potencial de expressiva valorização”, diz Durães. Isso pode ocorrer caso a empresa consiga se reestruturar, pagar suas dívidas e voltar a operar normalmente.

Por outro lado, há “riscos consideráveis” de que esse cenário não se concretize, diz o professor, “o que exige prudência e profundo conhecimento do mercado”.

Ou seja: se a empresa conseguir se reerguer depois da recuperação judicial ou extrajudicial, suas ações podem se valorizar, o que pode trazer grandes lucros para quem comprar na baixa. Mas o risco de perder o valor investido também existe, e é maior do que se comparado à compra de ações de empresas sem problemas financeiros.

Se o investidor está pensando em comprar ações de uma empresa em recuperação, Durães alerta: “como o risco de perda total é alto, invista aquilo que não comprometa a segurança financeira, e diversifique em ativos e setores, para reduzir o risco total da carteira”.

Mas se a pessoa já tinha as ações e a empresa entrou em recuperação, é preciso analisar a carteira como um todo. Em primeiro lugar, o professor indica estudar e entender o momento da empresa e as razões que a levaram a ter dificuldades.

“Se realmente se sentir confortável com essas informações e acreditar que é algo passageiro, avalie manter as ações”, desde que sabendo que a recuperação pode demorar. Caso o valor investido seja representativo na carteira, pode ser interessante vender as ações ou parte delas e realizar as perdas, para evitar um prejuízo ainda maior. “Tudo depende do contexto geral”, diz Durães.

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Prazo de investimento é longo

Mesmo se a empresa tiver sucesso na reestruturação, todo esse processo pode demorar. Assim, o preço da ação pode levar anos até se recuperar.

“Investimento em renda variável já é de médio e longo prazo. Ainda mais no caso das empresas em recuperação, não espere nada de curto prazo, é no mínimo dois anos para cima”, diz Durães.

Risco de diluição de capital

Para quem já era acionista de uma empresa que entrou em recuperação, há ainda o risco ver sua participação na empresa ser diluída. Isso pode acontecer de duas formas: ou quando a empresa emite novas ações, com o objetivo de levantar capital, ou quando a empresa converte dívidas em ações, para reduzir o nível de endividamento.

“Se o aumento de capital da empresa dobrar o número de ações, todo mundo vai ter metade da participação que tinha. Mas por outro lado, pode ter a participação diluída, mas em uma empresa que se salvou”, lembra Godke.

Mantenha-se informado sobre a situação da empresa

Informação é essencial para qualquer um que investe em renda variável, mas quando as empresas estão em recuperação judicial ou extrajudicial, é mais importante ainda manter-se atento às novidades.

“Se a empresa está em recuperação, o investidor pode olhar o que o administrador judicial publica para o mercado, até encerrar o processo de recuperação, pedir informação ao administrador e até acompanhar o processo na Justiça”, afirma Godke.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.

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Qual é o caminho da liberdade para a independência financeira?

Uma vez que você se entende como financeiramente livre, é hora de pensar no seu caminho até a independência financeira.

Inicialmente, é preciso compreender que esse percurso está diretamente ligado ao seu perfil de investidor.

Ao estabelecer uma rotina de aportes constantes em bons investimentos visando, no futuro, a renda passiva, a sua jornada de investidor consistirá em três fases principais:

  1. Fase de acumulação: nesse momento, suas reservas são pequenas ou inexistentes. Aqui, o intuito é acumular recursos. Normalmente, nessa fase, os investidores, ainda jovens, devem buscar a diversificação e têm maior tolerância ao risco e seus investimentos, mesmo que visem o longo prazo.
  2. Fase da multiplicação: com algum bom volume de patrimônio acumulado, o investidor está no momento de multiplicá-lo para ganhar corpo ao mesmo tempo em que pensa em estratégias de como preservar o que foi guardado até então.
  3. Fase da preservação e fruição: com o objetivo estabelecido para a renda passiva alcançado, é hora de o investidor trabalhar exclusivamente nas formas de proteger, manter e desfrutar do seu patrimônio e portfólio de investimentos.

Para terminar, veja uma ótima dica que vai ter ajudar a compreender melhor sobre conquistar a sua liberdade financeira.

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