Rio de Janeiro (RJ) — A 17ª Cúpula dos BRICS, realizada no Rio sob a presidência brasileira, reacendeu debates sobre o patético papel do grupo na governança global. Agora com 11 membros — incluindo Irã, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos —, o bloco busca representar os interesses do Sul Global em temas como meio ambiente, saúde, inteligência artificial e, mais ambiciosamente, a desdolarização da economia mundial.
Mas por trás da retórica diplomática e dos discursos sobre multilateralismo, emergem críticas contundentes: falta coesão, sobram contradições e os resultados práticos ainda estão longe de ameaçar a ordem liderada pelo Ocidente.
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⚖️ Aliança ou Agregado de Oportunidades?
O analista internacional da CNN, Lourival Sant’Anna, não poupa críticas: “É um grupo muito incongruente, e isso tira a força e até a relevância dele”. A observação se justifica. O BRICS reúne países com modelos políticos diametralmente opostos — democracias como Brasil e Índia ao lado de autocracias como China, Rússia e Irã. Isso compromete decisões unificadas e esvazia o poder de influência global do grupo.
Além disso, conflitos internos corroem a unidade do bloco: a Índia e a China mantêm rivalidades territoriais com confrontos recentes na fronteira; a ampliação para países como Irã e Arábia Saudita gerou desconfiança entre fundadores, e há uma percepção crescente de que muitos membros mantêm relações ambíguas com os valores democráticos.
🌎 Brasil Assume Liderança e Evita Conflitos Geopolíticos
Sob a liderança do Brasil, os BRICS priorizaram temas menos explosivos e com apelo humanitário:
- Saúde: o Brasil propôs uma agenda focada na erradicação de doenças negligenciadas como tuberculose e malária, além de ampliar a colaboração na produção de vacinas.
- Meio Ambiente: os países buscaram um consenso climático que favoreça o Sul Global, preparando terreno para a COP30, que será realizada em Belém (PA).
- Inteligência Artificial: foi debatida uma regulação internacional da IA, com destaque para a ideia de que dados devem ser tratados como ativos estratégicos e que países em desenvolvimento devem ser compensados pela geração de dados.
Apesar da ambição, temas como a guerra na Ucrânia e o conflito no Oriente Médio foram evitados nas sessões oficiais, ficando restritos a bastidores diplomáticos.
💵 A “Desdolarização” Ainda é Um Sonho Distante
A maior aposta retórica do BRICS — desafiar a hegemonia do dólar — continua altamente improvável. Segundo Jim O’Neill, criador do termo “BRIC” e ex-economista do Goldman Sachs, o projeto é mais simbólico do que real: “O dólar não está nem um pouco em perigo”, afirma.
O’Neill argumenta que o bloco nunca foi, de fato, uma aliança estratégica: “Foi criado como um conceito de marketing”. O Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), tida como principal iniciativa concreta dos BRICS, emprestou apenas US$ 12 bilhões em toda sua existência, muito aquém do Banco Mundial ou do FMI.
Mais grave: 2/3 dos recursos captados pelo NBD foram em dólares. E mesmo a China, cuja moeda seria candidata natural a substituir o dólar, não parece disposta a abrir mão de sua política de manter o yuan artificialmente desvalorizado para impulsionar exportações.
🌐 Expansão e Incerteza
A inclusão de países como Irã, Etiópia e Emirados Árabes dá ao bloco uma aparência mais diversa, mas também levanta dúvidas sobre governança e coesão interna. A saída da Argentina, sob o governo de Javier Milei, que rompeu com o BRICS antes mesmo de assumir plenamente, ilustra a instabilidade política que ainda ronda a iniciativa.
A ausência presencial de Xi Jinping e Vladimir Putin na cúpula foi notada, sugerindo possíveis obstáculos diplomáticos ou de segurança. Ainda assim, o chanceler brasileiro Mauro Vieira defendeu a importância simbólica do evento: “Não é um grupo contra os EUA. Mas o BRICS incomoda, sim, porque propõe uma nova voz global.”
📌 Conclusão: Um Gigante em Formação ou Um Colosso com Pés de Barro?
O BRICS se apresenta como uma alternativa ousada ao mundo unipolar, prometendo reformas em instituições como o FMI, combate ao protecionismo e ampliação da voz do Sul Global. Mas os obstáculos são muitos: divisões ideológicas, conflitos geopolíticos entre membros, baixo impacto econômico coordenado e dependência estrutural do dólar.
O Brasil tenta posicionar-se como líder diplomático moderado, usando a cúpula para reforçar sua imagem internacional, especialmente de olho na COP30. Mas para além da diplomacia, o BRICS precisa transformar suas intenções em ações coordenadas — e superar a percepção crescente de que é mais um palco de discursos do que um agente real de transformação da ordem global.
📍 Redação | Círculo de Valor
Com informações da CNN, Reuters, Visual Capitalist e Itamaraty
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