Cento e trinta e duas empresas e instituições financeiras globais com receitas combinadas de US$ 1,1 trilhão (aproximadamente R$ 5,4 trilhões) assinaram uma declaração direcionada aos líderes mundiais pedindo a adoção e a aplicação de políticas ambientais para a implementação do Plano de Biodiversidade e a aceleração de ações corporativas decisivas para a natureza.
A carta, divulgada nesta terça-feira (16), a 100 dias da 16ª COP da Biodiversidade, que ocorrerá na Colômbia, foi organizada pela coalização Business for Nature. Ela apresenta cinco recomendações para políticas ambientais:
1- Garantir que os intervenientes empresariais e financeiros protejam a natureza e restaurem os ecossistemas degradados;
2- Garantir a utilização e a gestão sustentável dos recursos para reduzir os impactos ambientais negativos;
3- Valorizar e incluir a natureza na tomada de decisões e divulgação;
4- Alinhar todos os fluxos financeiros para a transição para uma economia positiva para a natureza, net zero e equitativa;
5- Adotar ou reforçar acordos globais ambiciosos para enfrentar os principais desafios da perda de natureza.
Segundo os signatários, que incluem Danone, Enel, H&M Group, L’OCCITANE Group, Nestlé, Salesforce e Volvo Cars, além das brasileiras Natura&Co e Suzano, essas questões, se implementadas, têm o potencial de libertar novas oportunidades e estabelecer um ambiente forte e propício à ação empresarial.
“As empresas estão se unindo e apelando aos governos para que forneçam a segurança regulamentar necessária para transformar as suas operações e as cadeias de abastecimento. Somente através do esforço coletivo seremos capazes de impulsionar a mudança sistêmica global necessária para uma economia positiva para a natureza, net zero e equitativa”, disse Eva Zabey, CEO da Business for Nature.
Fernando Bertolucci, diretor de Sustentabilidade, Pesquisa e Inovação da Suzano, acrescentou: “Na Suzano, entendemos que a conservação e a restauração da natureza e da biodiversidade são vitais para o nosso futuro. Estamos comprometidos em proteger o rico patrimônio natural do Brasil por meio de iniciativas de grande escala, como criando corredores ecológicos para ligar vastas áreas de floresta nativa. Precisamos de uma liderança ousada para reverter a perda da natureza e garantir que o rico patrimônio natural da América Latina seja preservado.”
Medidas urgentes
Em dezembro de 2022, 196 governos adotaram o Plano de Biodiversidade (ou Quadro Global de Biodiversidade), que proporciona uma abordagem de toda a sociedade com um conjunto de objetivos e metas para travar e reverter a perda da natureza até 2030. Agora, as empresas apelam aos governos para que acelerem a sua implementação.
O Business for Nature pontua que as companhias já estão começando a transformar as suas operações e a sua cadeia de valor. Até agora, nove estratégias naturais de negócios como Decathlon, Holcim, GSK, Kering e Tetra Pak foram aceitas como parte do programa “It’s Now for Nature”.
Mas, a coalisão enfatiza que a transformação no setor privado só acontecerá na escala e na velocidade necessárias se os governos adotarem, implementarem e aplicarem urgentemente políticas para permitir a ação empresarial.