Em uma década, ações de empresas pagadoras de dividendos perdem de índice de renda fixa - 16/05/2024 - De Grão em Grão

Em uma década, ações de empresas pagadoras de dividendos perdem de índice de renda fixa – 16/05/2024 – De Grão em Grão

Recentemente, escrevi um artigo demonstrando que o investimento passivo no Ibovespa foi perdedor no longo prazo. Para minha surpresa, recebi comentários de que ninguém mais investe no Ibovespa. Argumentavam que o investimento em dividendos dominava a forma como investidores aplicam em ações no Brasil. Mas, será que o índice de dividendos foi vantajoso na última década?

Antes de apresentar os resultados do índice de empresas pagadoras de dividendos da B3, o IDIV, quero ressaltar dois pontos que observo bastante entre a maioria dos investidores pessoas físicas.

A maioria dos investidores pessoas físicas acredita que a rentabilidade de sua carteira particular de ações é maior do que a realidade. Isso ocorre por um simples fato. Quase ninguém mede os resultados de forma precisa.

Na maioria das vezes as pessoas se livram das ações em que perderam dinheiro e se impressionam com o rendimento das ações ganhadoras que ficaram. Os rendimentos negativos das perdedoras são esquecidos.

O segundo ponto que observo é a conclusão e extrapolação de resultado por uma amostra de curto prazo e de risco mais elevado que uma carteira diversificada. Algumas pessoas físicas podem ter comprado uma proporção elevada de Petrobrás e Banco do Brasil nos últimos dois anos e por terem obtido retorno excepcional, acham que isso se perpetua na mesma intensidade.

Todos sabem que ao se comprar apenas duas ações, seu risco é enorme. Este risco pode ser premiado e os resultados serem extraordinários, mas também pode ser o contrário.

Você já deve ter ouvido falar que mais da metade dos gestores perdem dos índices de referência. Com grande probabilidade, pessoas físicas no longo prazo costumam ter desempenho menor que a média dos gestores, pois não possuem todo o ferramental e acesso a informação que os primeiros.

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Os índices de ações são uma excelente forma de avaliar como o mercado desempenhou, pois na média os investidores perdem destes índices.

Antes que perguntem nos comentários, ressalto que os retornos dos índices de ações já contemplam o ganho de dividendos, além do ganho de capital.

Nos últimos 10 anos, o IDIV rendeu o equivalente a 9,9% ao ano. Quem investiu R$ 100 mil no IDIV em 16/05/2014, tem hoje R$ 258,22 mil. Lembro novamente que para ter esse rendimento, o IDIV considera o reinvestimento dos dividendos. Algo que poucos investidores conseguem fazer disciplinadamente.

O mesmo investimento no índice dos títulos do Tesouro referenciados ao IPCA de vencimento menor que cinco anos, o IMAB-5, rendeu o equivalente a 11% ao ano. Quem investiu R$ 100 mil no IMAB-5 em 16/05/2014, tem hoje R$ 283,30 mil.

O gráfico acima apresenta a evolução de um investimento de R$ 100 mil no CDI, IMAB-5 e no IDIV desde 16/05/2014.

Perceba que o IDIV até ganhou do CDI. Na última década o investimento referenciado ao CDI rendeu o equivalente a 9,3% ao ano. No mesmo período, o investimento de R$ 100 mil no CDI alcançou hoje o valor de R$ 242,3 mil.

Ou seja, correndo todo o risco de Bolsa, com alta volatilidade nos retornos, o investidor de ações pagadoras de dividendos ganhou apenas 6,57% a mais de quem ficou tranquilo no CDI.

Já o investidor que preferiu o IMAB-5, que é um índice de renda fixa, foi bem premiado em relação ao CDI, pois ele obteve um patrimônio 16,92% a mais que aquele investido no CDI, e estava em uma renda fixa que garante a proteção contra a inflação.

Na última década, o IDIV rendeu o equivalente a IPCA+3,9% ao ano. Já o IMAB-5 rendeu o equivalente a IPCA+4,9% ao ano.

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Atualmente, os títulos referenciados ao IPCA rendem em média mais que IPCA+6% ao ano. Apostaria que esse rendimento também vai superar o IDIV na próxima década. Em geral, quem diz que renda fixa é “perda fixa” provavelmente não está sabendo medir seus retornos ou está avaliando apenas o curto prazo.

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.

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Qual é o caminho da liberdade para a independência financeira?

Uma vez que você se entende como financeiramente livre, é hora de pensar no seu caminho até a independência financeira.

Inicialmente, é preciso compreender que esse percurso está diretamente ligado ao seu perfil de investidor.

Ao estabelecer uma rotina de aportes constantes em bons investimentos visando, no futuro, a renda passiva, a sua jornada de investidor consistirá em três fases principais:

  1. Fase de acumulação: nesse momento, suas reservas são pequenas ou inexistentes. Aqui, o intuito é acumular recursos. Normalmente, nessa fase, os investidores, ainda jovens, devem buscar a diversificação e têm maior tolerância ao risco e seus investimentos, mesmo que visem o longo prazo.
  2. Fase da multiplicação: com algum bom volume de patrimônio acumulado, o investidor está no momento de multiplicá-lo para ganhar corpo ao mesmo tempo em que pensa em estratégias de como preservar o que foi guardado até então.
  3. Fase da preservação e fruição: com o objetivo estabelecido para a renda passiva alcançado, é hora de o investidor trabalhar exclusivamente nas formas de proteger, manter e desfrutar do seu patrimônio e portfólio de investimentos.

Para terminar, veja uma ótima dica que vai ter ajudar a compreender melhor sobre conquistar a sua liberdade financeira.

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