Me lembro como se fosse hoje. Eu estava sentado em casa, e podia escutar minha esposa brincando com nosso filho no quarto.

Eles não tinham ideia do que estava acontecendo e de como eu estava me sentindo. Eu estava ali, completamente desesperado, analisando a fatura do meu cartão de crédito e o saldo negativo da minha conta bancária.

As contas não paravam de chegar, e eu não tinha ideia de como pagar todas elas. 

Eu estava atolado em dívidas: a prestação do apartamento, do carro, e tinha acabado de montar o quarto do bebê. Uma sensação de agonia tomou conta de mim, parecia até que eu ia enfartar. Sentia fortes dores no estômago, meu corpo tremia, e eu estava sentindo muito frio.

Eu sabia que meu filho ia crescer e precisava de mim. Não tinha nada para oferecer a ele. Eu havia me casado há pouco mais de um ano e fiz muitas dívidas por causa disso.

Sempre achamos que vamos dar um jeitinho e que as coisas vão se resolver com o tempo, mas a verdade é que eu não tinha como pagar nem a fatura do cartão de crédito.

Minha situação parecia sem saída até que, um dia, enquanto assistia a alguns vídeos no YouTube, me deparei com um resumo do livro “Pai Rico Pai Pobre” de Robert Kiyosaki.

Uma frase me marcou profundamente: “O dinheiro não é a coisa mais importante do mundo, mas a falta dele afeta todas as coisas que são importantes”. Foi um momento de pura lucidez.

No dia seguinte, comecei a montar um plano de guerra. Meu primeiro desafio era conseguir tempo para aprender sobre o jogo do dinheiro. Depois, precisava de tempo para organizar minhas finanças e fazer um controle financeiro rígido.

Eu trabalhava como militar da força aérea na época, em um hangar de manutenção de aeronaves. Passei a otimizar meu trabalho para fazer em duas horas o que seria feito em quatro.

Durante o trabalho, eu me escondia no banheiro, na biblioteca, em salas vazias, onde fosse possível parar, estudar e fazer anotações para aprender sobre dinheiro. À noite, ao chegar em casa, ficava com meu filho no colo para que minha esposa pudesse descansar um pouco.

Aos finais de semana, eu me dedicava à família e mantinha a meta de economizar para pagar as dívidas.

Mergulhei fundo em uma estratégia quase suicida, mas minha saúde começou a falhar. Ganhei peso, fiquei de mau humor por dormir pouco e muito estressado. Mesmo assim, eu sabia que não podia desistir.

A decisão estava tomada: pagar as dívidas e voltar a ter uma vida digna de qualquer maneira. Estava endividado e tinha um filho. Nunca estive tão determinado em minha vida.

Quando o cansaço batia, eu descansava. Quando ficava estressado, minha esposa e eu ganhávamos um vale-night para relaxar.

Foram três anos de pura disciplina, controle emocional e muita dedicação. Finalmente, consegui quitar meus empréstimos, colocar a fatura do cartão de crédito em dia e ter uma reserva razoável de emergência.

Lembro o dia em que paguei a última parcela das dívidas. Saí de casa com minha esposa para tomar um pouco de ar. Chorei muito, sentindo um alívio imenso.

Quando peguei meu filho no colo e nossos olhares se cruzaram, ele sorriu, como se entendesse tudo o que estava acontecendo comigo. Foi um momento mágico. Toda dúvida, incerteza e medo foram embora em um instante.

Minha vida mudou no instante em que tomei a decisão de não desistir. Aprendi que a chave para a liberdade financeira está em se educar e nunca parar de aprender.

Hoje, minha situação financeira é estável e próspera, e posso oferecer uma vida melhor para minha família.